Segundo a mitologia grega Têmis era a deusa da Justiça, da lei e da ordem e protetora dos oprimidos. Inicialmente, Têmis era representada como uma divindade de olhar austero e segurava uma balança em uma das mãos, e, em outra, uma cornucópia (uma espécie de espada). A imagem da Têmis, como conhecemos hoje, passou a ter a venda nos olhos por criação de artistas alemães do século XVI. A faixa cobrindo-lhe os olhos significava imparcialidade: ela não via diferença entre as partes em litígio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos.


FONTE: http://webmais.com/os-olhos-abertos-de-temis/

Diké (ou Dice) filha de Zeus com Têmis, é a deusa grega dos julgamentos e da justiça (a deusa correspondente, na mitologia romana, é a Iustitia), vingadora das violações da lei.

Era uma das Horas. Com a mão direita sustentava uma espada (simbolizando a força, elemento tido por inseparável do direito) e na mão esquerda sustentava uma balança de pratos (representando a igualdade buscada pelo direito), sem que o fiel esteja no meio, equilibrado. O fiel só irá para o meio após a realização da justiça, do ato tido por justo, pronunciando o direito no momento de "ison" (equilíbrio da balança). Note-se que, nesta acepção, para os gregos, o justo (Direito) era identificado com o igual (Igualdade).

É representada descalça e com os olhos bem abertos (metaforizando a sua busca pela verdade).



FONTE: Wikipedia

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Com Amor


 Essa foto praticamente dispensa comentários, vai dizer. Meu labrador lindão, o Thor, quanto tinha um ano de idade(tem 3 anos, atualmente, e está enorme, postarei uma foto atual em breve). Vindo em uma época turbulenta, terrível e que pretendo esquecer um dia, ele e mais do que um cachorro, mais do que uma "aquisição", mais do que um mero animal de estimação: ele é meu melhor amigo. Bem, por partes... O ano de 2007 foi, para mim, talvez o ano mais atribulado em questão de estudo: como havia tomado um "côro" no vestibular de 2006, no qual prestei para Direito(faculdade que curso atualmente), que foi o primeiro ano no qual prestei vestibular, entrei num cursinho no periodo vespertino, sendo que já estava fazendo Universidade no matutino( nota: faculdade particular, e havia tomado "bomba" na UFSC, a Federal de Santa Catarina). Entrava na faculdade às 8h, saia 11:30, almoçava perto do próprio lugar onde estudava, dava um tempo e ia para o cursinho, que começava 13:30 e terminava 18:00(ou 18:45,dependendo do dia da semana). No começo, preciso confessar que não foi nem um pouco fácil, era um ritmo que estava me causando um certo desgaste, pois precisava voltar do cursinho e revisar o conteúdo de ambos, mas tudo bem, o tempo deu conta de me deixar acostumado à essa rotina.


    Agora, preciso retroceder um pouco e contar uma outra história: a do meu avô.

    Meus pais separaram-se quando eu ainda era relativamente novo, tinha 4 anos de idade. Não posso dizer que meu pai era a figura paterna menos relapsa do mundo nem de longe: às vezes, pelo que presenciava e pelo que sempre vinha a saber, apesar de uma ótima pessoa, ele era meio infantil, meio desligado, mais preocupado com o próprio lazer e com as festas em turma do que com o peso "sério" da vida. Mas tudo bem, isso jamais o desqualificou de ser um bom pai, alem de não desqualificá-lo como um ser humano íntegro, honesto e de personalidade afável, benquisto pela maioria das pessoas pelas próprias virtudes, sem precisar criar um "personagem" para ser amado. Ele é do tipo "me ame pelo que sou, ou não me ame", e admiro MUITO isso em uma pessoa, pois é assim que sou: minha sinceridade, muitas vezes, é quase uma faca de dois gumes, complementando o jeito honrado que tento manter sempre vivo em mim, mas, ao mesmo tempo, me pondo em situações complicadas com as pessoas. Mas whatever, não ligo pra 99% das pessoas, e mesmo as que completam o 1% restante tendem a não ter muita estabilidade comigo, já que sou extremamente individualista, independente e meio que "lobo solitário". Sempre foi assim, É assim e sempre será assim, creio.
    Continuando... com a "falta" dessa figura paterna, não haveria de ser outra pessoa a assumir esse "posto" com o divórcio de meus pais: meu avô, a figura que tive mais próxima de mim e que mais me inspirou a desenvolver os valores que tento a todo custo manter acesos em mim, como a honra, a dedicação, a inspiração, a sinceridade, a batalha, enfim. Ex-militar, tendo vivido longas décadas a serviço da Marinha após sair de casa aos 17 anos, ele esteve presente em todo momento que eu precisei e que meu pai não pode suprir, sendo meu referencial de equilíbrio, confiança, amor e devoção. Pra falar a verdade, foi a única pessoa pela qual verti lágrimas na minha vida, quando faleceu em 2006. E, aqui, estabeleço o "link" entre os fatos: desde 2006, meu avô lutava contra uma doença. Veio súbita, após ter sido descoberta ainda no início em um exame de rotina, o que facilitou sua cura. Mas, nem de perto tornou o período de tratamento mais fácil.
    Durante mais de um ano, sofremos o diabo junto com a pessoa que era mais importante para nós. Sessões de quimio e radioterapia, longas tardes no hospital, sempre aguardado ansiosos a sua volta pra casa para poder dar um abraço gostoso no "véio"...  O horário de ida dele para a sessão era um martírio, a espera era um tormento, e a chegada, a unica coisa que não era realmente ruim de todo, pois, à cada dia, percebiamos que ele ganhava mais e mais força para combater esse mal. E eu sempre soube, no meu interior mais escondido, que ele não perderia essa batalha. Não, aquele cara não, AQUELE cara foi forjado pra vencer, eu sempre pensei. E ele venceu.
    Após um longo período de tratamento, ele venceu. Saiu da batalha cansado, ferido, faminto, mas pôde bater no peito e bradar aos ventos: eu venci essa guerra. Tinhamos nosso guerreiro de volta nos braços, um guerreiro virtuoso, corajoso, orgulhoso, tinhoso. E então pensamos: tudo vai ficar bem. E ficou. Por um ano.
    Em 2007, periodo das peripécias estudantis já descritas no inicio do texto, um novo choque: durante a noite, silenciosamente ele sofreu um principio de enfarto, um AVC, nunca soubemos muito bem. E descobriu-se algo: seu coração, o grande coração do "véio" guerreiro,que há tempos estava maior do que o normal, coisa que lhe proporcionava ocasional falta de ar e o obrigava a consumir rémedios, estava cada vez mais fraco. E o acontecimento da madrugada deixou sequelas: falta de oxigenação temporária no cérebro causou-lhe um dano que o deixou com perda de memória, "confusão mental" e desorientação. Ele já não era mais o mesmo: dificilmente lembrava de nossos nomes, não sabia bem aonde estava, que contas precisava pagar, o que precisava fazer. Mais uma vez, o velho guerreiro era posto à prova, e agora a sua mente era o alvo, como se não bastasse o fato de seu corpo ter sido tão maculado ao longo do processo do tratamento para o câncer do qual havia se curado.
    Após mais ou menos 4 semanas desse quadro, enquanto ainda repousávamos, a notícia triste veio de madrugada: minha vó  havia ido até o quarto dele para levar um copo d'agua. Falou com ele. Mexeu nele. E nada. Ali, dormindo e praticamente em paz, prefiro crer, um nobre guerreiro foi abatido. E lá se ia o resto do meu ano junto, sepultado junto com ele numa tarde bem fria e chuvosa.
    Do resto do ano, entre correrias para resolver malditas burocracias e outras "amenidades" técnicas, pouca coisa que me lembro, estes últimos 3 anos sem ele têm passado quase em branco. No resto daquele ano, mesmo, só lembro de chegar quase chorando no cursinho e na faculdade algumas vezes, tendo que viver dia após dia sem a presença do cara que eu amava, do meu "véio" guerreiro, do meu pai-avô-melhor amigo-conselheiro. Era irônico: mesmo com tantas pessoas ao redor, mesmo tendo sempre alguem ao lado, eu me senti, mais do que nunca, a pessoa mais solitária na face desse maldito mundo. Morria a pessoa que mais se parecia comigo. Morria um pai. Morria um avô. Morria meu melhor amigo. Partia-se ao meio o meu espelho.
    


      Retomando o começo: aí começa essa "nova fase". Nessa nova fase, repleta de lembranças, frustrações, anseios e dores, veio o carinha que se tornou indispensável na minha vida. Não é bem um amigo "normal", desses que você conversa e conversa com você, desses que têm uma palavra amiga, um abraço caloroso ou olhar de incentivo. Nãaaaaaaaaaaao, esse carinha era muito diferente: ele lambia ao invés de abraçar, babava ao invés de falar e seu maior gesto de amparo para com a minha tristeza era ficar ao meu lado, triste junto comigo, com a orelhas caidas e um olhar manso e terno. Apresento-lhes o meu cachorro, o Thor!
     Numa decisão que não tinha muito fundamento e nem muita contra-indicação, decidiu-se tentar trazer alguma mudança para nosso cotidiano deprimido e lamentável sem o ´"véio". Aí, veio o Thor, um filhotinho de labrador totalmente endiabrado e elétrico que só fazia por destruir pequenas coisas, bagunçar nossa casa e nossas vidas e trazer uma inesperada centelha de VIDA num momento em que apenas tentavamos SOBREVIVER. De algum modo, algo do meu avô parecia renascer no meu pequeno labrador: a energia, a altivez, a disposição e, principalmente, a fidelidade. Apesar de estabanado, bobo e destrutivo, ele foi a coisa mais fiel que surgiu para mim nos meus curtos 21 anos de vida: quando eu ficava doente ou triste, lá estava ele, padecendo até de meus maus momentos e ficando fraco junto comigo. Mas, era só eu reacender minha disposição que ele estava lá, abanando o rabo, exibindo aquele inconfundivel olhar de quem está pronto pra aprontar e correndo ao redor da casa. E isso me foi MUUUUUUUITO importante nesse período, nao sei, sinceramente, o que teria sido de mim sem a presença desse safado. hehe
      Bem, isso tudo foi uma mera parte do que sinto. A verdade incontestável que se mostra para mim, dia após dia, é de que as pessoas são sujas, hipócritas, corruptas, falsas, detestáveis, excetuando-se umas poucas que conseguirão se afastar dessa massa podre e ter algo de bom em seus interiores, mas isso será raro. Não levo fé na humanidade, não espero dela mais do que apenas a previsibilidade de suas ações nojentas.  O que é bem diferente do que espero do "meu cachorro", muito mais um amigo e um irmão do que um bicho de estimação, um ser que amo do fundo do coração, pelo qual poderia arriscar a minha vida e pelo qual já chorei demais quando esteve doente. Ele não é nada mais, nada menos do que isso: PARTE ESSENCIAL DE MIM. Te amo, gurizão =) Se tivesse a imortalidade em minhas mãos, só a aceitaria se pudesse dividi-la com você.
   


   




domingo, 9 de maio de 2010

Um aviso a todos(3, quando muito) meus leitores de plantão: Crossroads, fime de 1986 tambem traduzido como " A Encruzilhada", é um filme EXCELENTE. Desde o momento em que o baixei em um blog, processo que me custou uma tentativa totalmente fail e longas horas de espera, graças à minha internet velocidade de caramujo, já o assisti 7 vezes. Sim, SETE vezes, e ainda acho pouco, sei que o assistirei muitas e muitas vezes mais, da mesma forma que ouvimos repetidas vezes uma música para apreciarmos diferentes nuances em cada nova reprodução.Não costumo fazer isso com qualquer filme, apenas com os que realmente me passam algo de valor.











Agora, um aviso aos que, como eu, são reais apreciadores de blues, sempre em busca de mais e mais informações sobre esse gênero musical que é oriundo de muito, muito tempo atrás dos Estados Unidos, pelas mãos e mentes dos negros pobres e sofridos, funcionando como uma canção de lamento de tais pessoas: Crossroads, ao meu ver, jamais será superado por outro filme que venha tratar do tema "Blues". É um filme com uma fórmula perdida, única, que jamais será terá um "rival" à altura. Nesse caso, é assistir o filme e esperar para ver se, futuramente, conseguirão a proeza de produzir um filme que seja mais marcante que esse ao tratar do Blues, dos homens que foram responsáveis pela sua imortalização e dos produtos que geraram no cenário musical futuro.
























Eugene(Ralph Macchio, que fez o Daniel Larusso em Karate Kid) é um estudante de guitarra e real apaixonado pelo Blues e suas lendas, tais como Sonny Boy Willianson, Willie Fulton, John Lee Hooker e, talvez acima de todos, o grande e mítico mestre Robert Johnson, sobre o qual se construiram tantas lendas, entre elas, a de que teria vendido em uma encruzilhada a alma ao Diabo, em troca de seu sucesso com o Blues.






Descobrindo em um asilo o paradeiro de um velho e importante gaitista negro do Blues, Willie "Blind Dog" Fulton(Joe Seneca), antigo amigo do próprio Robert Johnson, o garoto o procura para que, juntos, possam empreender uma busca atrás da música inédita de Robert(já que, teoricamente, Robert tinha um contrato para gravar 30 músicas, mas apenas 29 vieram a ser gravadas e conhecidas). A partir daí, ambos iniciam uma jornada atrás da encruzilhada onde Robert Johnson e Willie Fulton teriam vendido suas almas pelo sucesso, cada qual com seus próprios motivos.














Do início ao fim, o filme "transpira" Blues. Desde a constante trilha sonora regada à composições do habilidoso bluesman Ry Cooder, até as paisagens do Mississippi, grande berço de importantes nomes do Blues, o filme deixa transparecer inúmeras referências ao gênero, como os CDs e reportagens que Eugene guarda, a introdução mostrando o próprio Robert Johnson, a própria trilha sonora que sempre traz o melhor do Delta Blues. Tenho que dizer que, durante a vida, vi apenas uns 3 ou 4 filmes com o tema, mas, já adianto que esse é o que faz as referências mais diretas e consistentes. E, como apaixonado pelo gênero, como o próprio personagem Eugene, fiquei bem criterioso quanto a isso, e em nada o filme me decepcionou, pelo contrário. À cada vez que revejo o filme, mais tenho vontade de pegar meu violão, tacar uma mochila nas costas e ir para o interior dos E.U.A em busca de mais e mais conhecimento sobre o Blues, pelo qual tenho tanta paixão desde os 12 anos, quando comecei a me interessar de verdade por Rock e Blues ao ouvir The Doors, uma excelente banda que mesclava na dose certa os dois gêneros, guiada pela presença marcante e pelo vocal hipnotizante do falecido vocalista Jim Morrison, cantor, poeta e trovador.






Mas essa história fica pra próxima. Apenas recomendo que, se não gosta ainda de Blues, assista o filme e veja se um novo interesse pode nascer em você, embalado às cantigas dos velhos trovadores negros do Mississippi, com seus lamentos de amores perdidos, de vidas sofridas e de histórias marcantes. E, se gosta, veja uma marcante história de aprendizado, de paixão e de décadas de poesia cantada, que talvez reforcem seu apreço pelo Blues, um estilo tão fundamental para a criação do próprio Rock ´n Roll.















SPOILER Como um bônus inestimável, o final guarda uma surpresa: Eugene, o jovem est udante de guitarra, enfrenta em um clube um guitarrista que tambem teria vendido a alma ao diabo, representando no filme pelo ator Robert Judd. O tal guitarrista? Ninguem menos que o virtuoso Steve Vai, realmente dando um show no filme com todo seu talento à mostra. O jovem garoto estudante de guitarra x Steve Vai, o guitarrista do Diabo. Quem vence? Assista o filme, é uma verdadeira batalha de guitarras, algo incrível... FIM DO SPOILER